quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Leminski diz:

Marginal é quem escreve à margem
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.

Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha.

(Paulo Leminski)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Elas num Tempo Irrompido se apresenta no projeto Quinta na ATU



 SINOPSE DO ESPETÁCULO
Um triângulo. Três cadeiras. Quatro atrizes.
A tentativa é concretizar a força, os desejos e as angústias de mulheres a partir de questões que surgiram durante o processo. Para tanto,  apropriamos das obras de artistas que marcaram o início do século XX (Virginia Woolf e Frida Kahlo) e mesclamos às indagações das atrizes que compõe o espetáculo.
Imersas em seus anseios e vidas alheias de outrora o elenco constrói uma cena intimista, sutil e sensível, levando o espectador a presenciar emoções vivenciadas por Elas - criadoras de suas vidas e executoras de suas mortes.

FICHA TÉCNICA
Elenco
Marcella Prado
Marina Ferreira
Nádia Yoshi
Priscilla Bello

Direção
Camila Tiago

Cenário
Concepção e execução:
Lucas Dilan + Samuel Giacomelli

Figurinos
Concepção:
Samuel Giacomelli
Execução:
Marly Magalhães

Iluminação  
Concepção:
Camila Grimaldi
Execução:
Camila Tiago

Sonoplastia
Execução:
Lucas Dilan

Produção
Coletivo Teatro da Margem

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Olhares Sobre o Corpo 2009


 ESPETÁCULOS
15 de dezembro

Canoeiros da Alma
Coletivo Teatro da Margem


Canoeiros da Alma é um espetáculo concebido a partir de várias leituras do universo dos moradores às margens do rio no Vale do Jequitinhonha. Esse rio não é o mesmo para cada um deles, seu significado pode trazer a idéia de vida, morte ou simplesmente ser indiferente. Os atores do Coletivo Teatro da Margem desvelam as sensações, impressões das experiências pelo grupo vivenciada nesse contexto, e que constantemente pairam sobre as vidas das pessoas do Vale do Jequitinhonha. Histórias que não são vistas ou contadas, mas as que foram vividas, onde nada se pede à Deus, a não ser que os livre da indiferença.


Elenco:
Adriana Moreira
Afonso Mansueto
Camila Tiago
Jhonatan Rios
Lucas Dilan
Nádia Higa
Marcella Prado
Priscilla Bello
Samuel Giacomelli
Dramaturgia: Luis Carlos Leite
Direção: Narciso Telles
Cenografia: Coletivo Teatro da Margem
Figurinos: Coletivo Teatro da Margem
Trilha sonora pesquisada: Coletivo Teatro da Margem
Iluminação: Camila Tiago e Nádia Higa
Produção: Adriana Moreira, Priscilla Bello e Samuel Giacomelli
Operação de luz: Marina Ferreira
Operação de som: Narciso Telles
Fotos : Luana Magrela


Local: Palco de Arte
Horário: 21h


18 de dezembro

I'm Not Here ou A Morte do Cisne
André Masseno


Dança-comentário elaborada a partir do diálogo com a obra coreográfica A Morte do Cisne criada em 1907 por Michel Fokine especialmente para a bailarina Anna Pavlova.

Local: Palco de Arte
Horário: 20h


19 de dezembro

Double Face -- Estranho é se Assim lhe Parece, Estas e outras Palavras
Flux Cia. De Dança de Ipatinga


Double: duplo. Double face: face dupla. Encontrar possibilidades através de desdobramentos. Desenvolver estratégias de sobrevivência. O sim e o não. Fim e princípio. Inclusão e exclusão. Ambigüidades. Entre o espaço delimitado por paradoxos existe o breve momento da estranheza, das decisões. Tempo para fazer escolhas. Hiato, vazio... O que legitima a escolha conveniente? Erros. Acertos. Corpo traduzido em conflito (meio ou veículo?). Corpo legendado que faz uso de si mesmo para se estabelecer como idéia, informação. Negociações... Resistência. Corpo misturado (sujeito ou mercadoria?). Originalidade e contaminação. Existe diálogo entre conceitos antagônicos? O que define o estranho? Talvez esse mesmo corpo descontextualizado daquilo que o meio estabelece como aceitável? Ou o não entendimento daquilo que não é identificável? O que é estranho? A palavra, a ação ou a existência? Antes das respostas é preciso agir.


Local: Palco de Arte
Horário: 20h


PERFIL

Olhares sobre o Corpo acontece na cidade de Uberlândia/Minas Gerais como um fórum de estudos sobre a relação contemporânea nas artes do corpo com a dança, artes visuais e a performance.


Em uma cidade de 600 mil habitantes, com seis universidades, que abriga um grande festival de dança durante 20 anos e, também uma bienal de artes visuais, esse projeto se apresenta como uma proposta de intensificar o pensamento artístico, científico produzido nesta manifestação cultural glocal, criando formas de encontro com outras reflexões estéticas dentro e fora de nosso espaço.


Mais do que um momento para apresentações de espetáculos, o fórum tem como proposta sua continuação não-formal, i.e., o que pode continuar a ser produzido antes-durante-e-após a sua passagem. Este blog com informações a respeito de sua produção, discussões, formação de redes é ferramenta de apoio deste conceito vivo.


O projeto acontece com parcerias que vão de bares às universidades, tentando abranger um máximo de pessoas que se interessam e que podem-vir-a-se-interessar por essas discussões. De pessoas em pessoas o festival desenvolve um espaço ambiental singular criando, em conjunto, um novo mapa de relação cultural na cidade.


De 2004 a 2007, Olhares sobre o Corpo trouxe para Uberlândia artistas e profissionais afins de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Argentina.Houveram apresentações de espetáculos, encontros para discussões de temas relacionados à produção artística, lançamento de livros, exposições de trabalhos de artes-visuais no Palco de Arte (sede do evento) e em outros espaços da cidade: praças públicas, galerias de arte e locais cedidos pela Prefeitura Municipal de Uberlândia.Nomes como Helena Katz, Christine Greiner, Nirvana Marinho, Marcela Benvegnu, Marcelo Castilho Avellar, Lenora Lobo, Cristina do Espírito Santo (Itaú Cultural), Grupo Alaya, Cia. Meia Ponta, Tuca Pinheiro, Marisa Monadjemi, Cia. Meia Ponta, Adriana Banana, Cláudia Müller, Helena Vieira, Juliana Piquero, fizeram parte do festival, juntamente com outros artistas da cidade como Vanilton Lakka, Wagner Schwartz, Juliana Penna, cia. Uai Q Dança, cia. Balé de Rua, Grupo Strondum, Ana Reis, Aline Schwartz, Luciana Branco, Thiago Costa, Cassia Nunes, Rosana Artiaga e o Grupo Porcas Borboletas.


Olhares Sobre o Corpo se mostra como proposta viva mediante ao ajuntamento e transcriação de linguagem em relações de parceria com as faculdades de artes cênicas, artes visuais, história, geografia, filosofia, psicologia possibilitando o desenvolvimento da produção sociocultural e estética da comunidade local. Além dos encontros artísticos, foram convidados professores de outras áreas de conhecimento científico para investigar o corpo na sociedade contemporânea como a psicanalista Salma Abdumassi, a historiadora Claudia Guerra, o oftalmologista Dr. José Mesquita, o ginecologista Túlio Tadeu Marcoline, o professor de filosofia Dr. Bernardo Bernardino e o ambientalista Eduardo Bevilaqua.


A idéia desse evento é promover um encontro entre a comunidade de Uberlândia, artistas da cidade e outros estados possibilitando o acesso a arte e, fundamentalmente, colaborando para os processos educativos de formação de público e de consciência crítica a cerca do corpo-sujeito na arte-cultura contemporânea.

Visitem o Blog Oficial

Olhares sobre o corpo

Olhares sobre o Corpo acontece na cidade de Uberlândia/Minas Gerais como um fórum de estudos sobre a relação contemporânea nas artes do corpo com a dança, artes visuais e a performance.


Acessem:

http://olharessobreocorpo.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Programa Radiola - Festival Jambolada 2009

Mais um belo trabalho de cobertura realizado pelo Radiola, programa de música produzido pela Trama e veiculado toda segunda-feira, às 20h, na TV Cultura. Dessa vez, o foco foi o Festival Jambolada 2009, com uma breve participação do Coletivo Teatro da Margem com imagens da performance "Das Cadeiras" que foi apresentada durante o Festival. Confiram:

segunda-feira, 26 de outubro de 2009



"Vocês transformaram tabu em totem!"
(Danislau Também - Porcas Borboletas)*




* Sobre a apresentação de "Das Cadeiras" no Jambolada 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

Coletivo, Mary Overlie, Donnie Mather e Viewpoints/Suzuki!!

Nádia, Priscilla e Samuel viajam nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro onde acontecerá o II Engrupedança – Diálogos e Dinâmicas, a ser realizado nos dias 29, 30 e 31 deoutubro. O evento dá prosseguimento ao I Engrupedança, ocorrido em São Paulo, na UNESP, em 2007. Seu objetivo inicial foi promover a discussão referente à produção de conhecimento multidisciplinar em Dança, em âmbito nacional, fomentando o diálogo e o intercâmbio entre os Grupos de Pesquisas em Dança certificados pelo CNPq.
O Engrupedança receberá Mary Overlie performer, coreógrafa e professora que desenvolveu os seis Viewpoints e também o ator Donnie Mather que trabalha há 12 anos com os métodos Suzuki e Viewpoints com Anne Bogart diretora da Siti Company onde colaborou como artista associado. Os dois ministrarão workshops os quais nós experimentaremos.
Na semana seguinte, Marcella e Lucas chegam ao Rio para compor o coro do Coletivo. Trabalharemos mais intensivamente com Donnie Mather, num workshop de quatro dias ministrado na sede da Cia. dos atores.
Que beleza!!!!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Hoje o Coletivo Teatro da Margem apresenta a performance "Das Cadeiras" e a amanhã a "Corpos que Ficam" no Festival Jambolada.

Confiram a programação completo do Festival clicando na imagem:


"leia-me descubra-me submeta-me deguste-me ouça-me coma-me levante-me lamba-me cheira-me bata-me tira-me feche-me beija-me faça-me puxe-me aprecie-me sinta-me ajunta-me demarque-me contraste-me cubra-me delongue-me arranca-me desnude-me meça-me cobiça-me prove-me refaça-me tange-me sirva-me toma-me venda-me rompa-me tapa-me"

A performance propõe a interação direta porém “quase” passiva com o público. Busca suscitar no espectador a relação com os performers através de alguma ação traduzida por um verbo reflexivo – levante-me, beije-me, cheire-me – escolhido por cada performer, que impossibilitado de mover-se por estar amarrado em sua respectiva cadeira, apenas compartilha de alguma maneira tal ação com aquele que a executa.

Abaixo fotos da performance "Das Cadeiras". (Clique para ver Grande)

Xingue-me (Marina Ferreira)

Sinta-me (Marcella Prado)


Ouça-me (Camila Tiago)


Levante-me (Lucas Dilan)


Dispa-me / Vista-me (Samuel Giacomelli)


Deguste-me (Prisicilla Bello)


Cheire-me (Nádia Yoshi)


Apalpe-me (Jhonatan Rios)

Amarre-me (Afonso Mansueto)

Mais fotografias em: http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=18017456810506799557&aid=1255792178

sábado, 17 de outubro de 2009

A cidade do progresso ignora sua memória. Coisas do convencionalismo.



















Alunos do curso de teatro e artes visuais foram rumo ao Teatro Grande Otelo, com suas máscaras, panfletos, baldes e esfregões. Objetivo: trajetos individuais ou coletivos rumo ao prédio onde um dia funcionou e (na teoria) voltará a funcionar o Teatro Grande Otelo na cidade de Uberlândia (o prédio está em ruínas). No local, ações que simbolizam nossos desejos e que se manifestaram de forma pacífica, mas que marcaram de certa forma as pessoas que por ali passaram, pois iam contra o convencionalismo diário, contra a ordem de costume.
Lavamos o teatro, suas paredes e calçadas com esfregões e água que muito rápido ia tomando o cheiro e a cor do abandono, do descaso que escorriam do prédio. Paramos o trânsito na avenida na tentativa de que as pessoas ao menos notassem naquela esquina a existência da fachada abandonada.
De fato, uma cidade que nem sequer preserva a memória de um grande ator brasileiro, negro, cômico, e nascido aqui, sofrerá constantes interferências da classe artística, em geral, pois não faz sentido algum que o movimento cesse sem que algo se transforme. Esse foi apenas o início das ações. Outras virão por aí.


O movimento "Vamos ao Teatro Grande Otelo?" surge com os seguintes objetivos:
- A preservação de um patrimônio público e histórico da cidade de Uberlândia;
- O funcionamento de um espaço teatral que há anos se encontra inativo e abandonado;
- Resgatar a memória de um ator cômico, popular, negro e uberlandense: Grande Otelo;
- Informar a classe artística, assim como a população em geral, sobre as condições em que o teatro se encontra e quais as medidas que vem sendo tomadas;
- Promover um movimento de contestação e diálogo dos artistas locais com o poder público;
Nossas primeiras ações:
- Diálogo com a Prefeitura e a Secretaria de Cultura de Uberlândia em busca de esclarecimentos sobre a verdadeira condição do Teatro Grande Otelo;
- Divulgação das informações à respeito do teatro em todos os meios de comunicação possíveis;
- Ação panfletária e performática com início no dia 16 de outubro, em espaços da cidade como em ônibus, terminais e fachada do Teatro Grande Otelo;
- Inserção da frase "Vamos ao Teatro Grande Otelo?" durante os espetáculos e outras manifestações artísticas dos artistas de Uberlândia.

Visitem: www.vamosaoteatrograndeotelo.blogspot.com

terça-feira, 13 de outubro de 2009


O Espetáculo "Canoeiros da Alma" do Coletivo Teatro da Margem foi prêmiado no Festival Universitário de Patos de Minas.
Levamos o Prêmio de Melhor Iluminação (Camila Tiago e Nádia Yoshi)
Além das seguintes indicações:
- Melhor Direção (Narciso Telles)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Camila Tiago)
- Melhor Atriz (Nádia Yoshi)
- Melhor Ator (Samuel Giacomelli)
- e MELHOR ESPETÁCULO

PARABÉNS COLETIVO PELO PRÊMIO E PELAS INDICAÇÕES, ESTAMOS APENAS NO COMEÇO DE NOSSA TRAJETÓRIA - PELA MARGEM!!!

domingo, 11 de outubro de 2009

Ali do lado. Patos de Minas.


Ali do lado. Patos de Minas.

Uberlândia, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Araçuaí, Uberaba e, por último, Patos de Minas. Ontem, às 15:30 (horário um tanto inconveniente) Canoeiros da Alma se apresentou no III Festival Nacional de Teatro Universitário de Patos de Minas, somando mais um lugar por onde o Coletivo Teatro da Margem circulou.
Problemas logo às seis horas da manhã, horário marcado para a viagem: causas irregulares relativas ao transporte que nos é oferecido pela Universidade Federal de Uberlândia vêm se tornando uma constante. E o fato de nos possibilitarem transporte aos locais de apresentação NÃO É NENHUM FAVOR, afinal “Canoeiros da Alma” é uma produção que se vincula à instituição, sendo uma atividade também de extensão. Enfim, foi-nos oferecido à princípio um MICRO-ONIBUS de uma empresa terceirizada que presta serviço à Universidade (que estava no horário e hora marcados, sem problema algum), também um caminhão e um motorista, patrimônio e funcionário PÚBLICOS da UFU, respectivamente, que não compareceram. Na verdade o caminhão estava pronto para a viagem, na garagem ainda, mas o motorista... Cogitamos a possibilidade de levarmos o cenário do “Canoeiros da Alma” e do espetáculo “As Criadas”, da Confraria Tambor, que também se apresentou no festival, na ELZA, fiat strada do Afonso. Mas graças ao Humberto, motorista da Ptrans tur, a empresa terceirizada, conseguimos um ônibus com bagageiro grande. Embarcamos!!!!
Chegando em Patos mais um problema, aliás que já conhecíamos com antecedência: o espaço que nos foi destinado para a apresentação era um PALCO ITALIANO, indo totalmente contra a proposta de encenação de Canoeiros da Alma. Enfim, mas uma vez, fomos flexíveis, respiramos, e acomodamos o público presente no palco e alguns outros na platéia. Infelizmente, acontecendo dessa forma, a concepção do espetáculo perde em essência de proposta.
Após o espetáculo, tínhamos meia hora para desmontarmos tudo, exatamente tudo e deixar o espaço livre para o próximo grupo a se apresentar, coincidentemente, o grupo era a Confraria Tambor, que estreou seu espetáculo às 22 horas (um horário bem mais conveniente que o nosso). Ao mesmo tempo da desmontagem, aconteceu um "debate" sobre o “Canoeiros da Alma” e não pudemos estar todos presentes, pois tínhamos um grande trabalho a fazer. De que adiantou tal debate?
Imposições demais às vezes cansam. Flexibilidade demais às vezes cansa. Desrespeito demais às vezes cansa!


Só pra deixar registrado, nossa "carga" um tanto quanto marginal:


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A estreia dElas

Já em casa e uma sensação de tremor por dentro e que quase escandaliza por fora. Elas num tempo irrompido estreiou exatamente à duas horas atrás. O espetáculo: num espaço (adaptado). O triângulo foi posto num palco italiano que de certa forma nos desestabiliza pelo fato do nosso trabalho ser um tanto quanto intimista onde priorizamos o contato direto com aqueles que estão ali, naquele momento, sentados em volta dos três lados. Quarenta pessoas estavam bem próximas, encostadas, outras incontáveis, na platéia escura.
A recepção do público foi gostosa, num jogo de cumplicidade. Hoje foi apenas o início de um período de amadurecimento meu, de Nádia, de Camila, de Marcella e de Marina, num envolvimento nosso com tudo mais que compõe o espetáculo.
Amanhã tem mais, ainda bem!!!
Quero só agradecer a todo o Coletivo Teatro da Margem, á Camila (MARANHÃO), á Marly Magalhães, ao Getúlio, aos nossos colegas de curso e de profissão, aos nossos familiares, a todos aqueles que estão próximos do CTM, enfim, a todos que interferiram e interferem de algum modo no nosso trabalho e nas nossas vidas. Agradecer também ao Projeto Boca de Cena pela oportunidade e confiança.

terça-feira, 6 de outubro de 2009




































Elas num tempo irrompido.


Respiro.
Triângulo branco.
Cadeiras.
Envelopes.
Corpo.
Movimento interno, do ar, dos corpos. Instante.
Para um pouco e vive o instante. Esquece o passado. Agora é um instante. Agora é outro. Não se preocupe com o próximo. Respira esse. Sentiu?

O espetáculo surgiu de uma forma simples, sem um movimento explícito que afirmasse uma vontade coletiva de se trabalhar a partir de algo (indescoberto). Mas acontece que agora existe num profundo ainda a ser tocado mais minuciosamente por nós que buscamos a presença a cada instante e perceber o que existe ali em cada relação gerada através de interferências que entram em saem pela pele, carne, ossos, pelo suor, pelo cheiro, pelos olhos, pela boca.
O que vivemos até agora nesse processo, já existe como estrutura e se constitui como o todo; todo? Mas o que se estabelecerá a partir de então no contato direto com quem estiver conosco amanhã e depois, não sabemos. Ainda vai acontecer. Ainda é indescoberto. E queremos descobrir, ou não.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fotografias do espetáculo Canoeiros da Alma apresenatado no Teatro Odisséia, Lapa, Rio de Janeiro, em agosto de 2009 dentro da programação do Festival Ecoar, por Luana Magrela.



O Varal. Foto: Luana Magrela.


Camila Tiago e Nádia Yoshi. Foto: Luana Magrela.


Priscilla Bello e Lucas Dilan. Foto: Luana Magrela.


Camila Tiago. Foto: Luana Magrela.


Afonso Mansueto. Foto: Luana Magrela.


Camila Tiago e Adriana Moreira. Foto: Luana Magrela.

Adriana Moreira e Marcella Prado. Foto: Luana Magrela.


Samuel Giacomelli e Priscilla Bello. Foto: Luana Magrela

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Acabamos de voltar de Araçuaí. Dois anos após a primeira visita fizemos a primeira apresentação do "Canoeiros da Alma" no Vale do Jequitinhonha. Foi bom rever aquela terra, aquele povo, e mostrar a eles, ou mesmo a uma pequena parte deles, aquilo que nos tocou e que transformamos em espetáculo.

Nossa próxima margem se fará mais próxima, aqui mesmo pela Bacia do Rio Paranaíba. Dia 18, faremos nossa primeira apresentação em Uberaba. Segue folder informativo:

quarta-feira, 8 de julho de 2009


Esse rio
que um dia correu livre, forte
mostrando caminhos, jeitos de ser impetuosidade e água.

Esse rio
que era tantos lados
o modo de ser amor e mágoa
futuro e espera, luz e palavra.

Agora pára, abrupto
como uma lembrança mal recordada
um jeito de não saber o que deu errado
(a vida erra?).

Torna-se bacia rasa, escura
iluminada pelos olhos que querem, perguntam
pelo quadro explícito do amor secreto
gaiola de prender vidas infinitas.

Rio que SE INTERROMPE!
sem toda essa palavra, tão grande:
finda, cansa, fica, e só.

E se um varal de esperanças se abre
é porque não se vive em poesia
sem ficar nu de vez em quando.

Só de vez em quando...
quando a lua brilha úmida
ou o ar desmente lendas
ou ainda quando iguais se encontram,
segurando malas, recordando saídas.

* Poema-regalo de Marsial Azevedo aos Canoeiros.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fotografias do espetáculo "Canoeiros da Alma" em apresentações realizadas durante o FRINGE 2009

Clique na imagem para ampliar.













sábado, 14 de fevereiro de 2009


CANOEIROS DA ALMA
Comentário de Antonio Carlos Brunet (Dunga)


Coletivo Teatro da Margem, grupo formado por alunos e egressos do curso de Teatro, da Universidade Federal de Uberlândia, sob a direção de Narciso Telles, nos proporciona uma experiência gratificante com o espetáculo ‘Canoeiros da Alma’. O trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre o universo dos moradores às margens do rio, no Vale do Jequitinhonha.
O primeiro ponto favorável ao espetáculo é a concretização da difícil transposição da realidade ribeirinha para o palco, que ganha contornos oníricos, através de uma leitura muito particular do grupo e direção, sintetizando forma e conteúdo com rápidas inserções, como flashes a formar um painel denso, poético e afetuoso do e sobre o universo em questão.
Não se estabelece uma narrativa linear, convencional e cronológica, assim como não há a preocupação e contar uma história via dramaturgia tradicional. Os fatos são narrados através de, basicamente, ações, que se bastam por si próprias, definindo ludicamente o espaço onde os atores/personagens se inserem. Há poucas intervenções de palavras, e, quando estas aparecem, demonstram a dificuldade dos jovens atores para dominá-las, o que é uma característica da nova geração e, uma fragilidade da academia contemporânea, que foca seu trabalho na preparação corporal do ator, esquecendo que língua também é músculo, e como tal, necessita estar em atividade constante para não atrofiar. Porém, sabiamente, a direção não força a mão neste rumo, sendo evidente seu foco, outro, de trabalho: o que é bem realizado.
Percebe-se claramente que o espetáculo inicia pelas beiradas (literalmente) do tema e do rio. Inserções do cotidiano do universo investigado são mostradas, como a mesa do jogo de truco, o velório, a religiosidade e são ouvidos cânticos de louvor a Deus, canções de candomblé, pontos de umbanda, cantigas folclóricas e de trabalho, que deságuam natural e tranqüilamente à beira, aí sim, do rio, onde acontece a seqüência cinematográfica das lavadeiras. Esta cena é uma longa exposição que ocupa, provavelmente, um terço do tempo do espetáculo, onde estas mulheres lindas e sensuais, sob o manto velado do sacrifício e glória do seu dia-a-dia, lavam trouxas de roupas e panos que são esfregados, torcidos, batidos, surrados, ora cantando, ora em silêncio pungente, como que a exorcizar o peso da dor e da miséria que as oprime. Após o dever cumprido, o banho regenerador. Uma cena de beleza pungente, onde todas, em fila, silenciosas, vencidas pelo cansaço, banham-se finalizando suas atividades. O silêncio é preenchido pelo rumor hipnótico da água que lambe seus corpos, com lascívia, como um bálsamo escorrendo pelo chão, liberando-as de todas as mazelas do mundo.
Subitamente, da harmonia estabelecida, instaura-se o caos. Uma festa imodesta, surreal ‘rave’ nos arrebata e nos situa temporalmente na ação. A globalização (palavra mais nojenta) não leva livre nem as margens do rio. Um verdadeiro mercado persa se estabelece: camelôs, vendedores de sacolé, fanáticos religiosos, bêbados, hippies e ripongas surgem como que brotados das profundezas do rio, a entoar seus pregões e discursos. Chuvas de moedas introduzem o personagem da Velha Índia que, bucólica, recorda o tempo em que as invasões bárbaras ainda estavam no início, quando tudo foi vilipendiado pela presença do garimpo, abrindo espaço para que a água, em forma de gelo assuma, metaforicamente a condição de pedras preciosas que deslizam pelo palco, como diamantes a saciar a sede e a ganância daqueles que as perseguem. Os diamantes em questão, não são eternos. Eles derretem e se esvaem por entre os dedos daqueles que os cobiçam. Tudo retorna à água.
Tudo volta, em ciclos, para o rio. Todos, como que em transe, exauridos, isolam-se, introspectivos, a ruminar, a remoer, a tartamudear compungidos ladainhas imperceptíveis, em busca de paz de espírito perdida, um consolo, um abrigo no seio da religiosidade a qual viraram as costas.
O epílogo é desconectado do geral do espetáculo – que até então trata de expor a comunidade como um todo -, e passa a mostrar uma história particularizada, de um personagem que abandona a esposa, que passa a viver com a cunhada. Estes personagens rodriguianos observam, através de uma moldura de quadro (ou janela), ora um, ora outro, ora os dois em suas diferentes configurações, todo o espetáculo, como uma costura onipresente. A inserção destes à história é forçada, pelo fato dos mesmos serem psicologizados, dentro de uma estrutura de representação.
O espetáculo transita num registro instigante, beirando, às vezes, ao incômodo. Ele é envolvente, embora apresentado dentro de um espaço com características de palco italiano, o que não é sua proposta primeira. A mim encanta sua ‘sujeira’, tanto a física quanto a estética, com cenas simultâneas, descontroles emocionais, arroubos vocais, exageros de interpretação, contrastando com momentos de extremo lirismo e delicadeza.
O elenco é bastante coeso, superando suas deficiências técnicas com ‘garra’ e desejo de superação. Sente-se que os atores estão todos muito bem inseridos na proposta da direção, deixando evidente o claro entendimento da mesma.
Creio ser da maior importância, para a cidade, um grupo que busca propostas diferenciadas do fazer teatral, destacando-se, assim, da mesmice do bom-mocismo e do politicamente correto que, via de regra, grassa nossas produções. Há que se ter espaço para todos os estilos de manifestações teatrais. Afinal, estamos numa das raras cidades do interior do país, privilegiada com um curso universitário, de teatro - local extremamente propício e adequado a experimentações e pesquisa. E, é muito agradável quando se percebe que, após o período de investigação e do processo de transposição, temos aos nossos olhos um resultado extremamente satisfatório como o conseguido pelo grupo e questão, levando-nos a ter confiança de que nem tudo está perdido.


Direção – Narciso Telles
Elenco – Adriana Moreira, Afonso Mansueto, Camila Tiago, Jhonatan Rios, Lucas Dilan, Marcela Prado, Nádia Yoshi, Priscilla Bello, Samuel Giacomelli, Alba Jacobina.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Proximas Apresentações:

MOSTRA NACIONAL DE UBERLÂNDIA

Dia 09/02 às 19h e 21h
Na Escola Livre do GruPontapé de Teatro
Rua Tupaciguara, 471 - Bairro Aparecida - Uberlândia/MG




FRINGE

Dias 22/03 às 18h; 23/03 às 21h; 24/03 às 12h; e 25/03 às 15h
No Teatro Londrina - Curitiba/PA

domingo, 25 de janeiro de 2009

Canoeiros da Alma é o primeiro espetáculo do Coletivo. Foi concebido a partir de várias leituras do universo dos moradores às margens do rio no Vale do Jequitinhonha. Esse rio não é o mesmo para cada um deles, seu significado pode trazer a idéia de vida, morte ou simplesmente ser indiferente. Os atores do Coletivo Teatro da Margem desvelam as sensações, impressões das experiências pelo grupo vivenciada nesse contexto, e que constantemente pairam sobre as vidas das pessoas do Vale do Jequitinhonha. Histórias que não são vistas ou contadas, mas as que foram vividas, onde nada se pede á Deus, a não ser que os livre da indiferença.


Ficha Técnica

Equipe técnica:
Dramaturgia – Luiz Carlos Leite
Direção – Narciso Telles
Produção – Adriana Moreira, Monique Alves, Priscilla Bello e Samuel Giacomelli
Concepção de iluminação – Camila Tiago e Nádia Yoshi
Operação de luz – Marina Ferreira Andrade
Operação de som – Alba Jacobina
Cenário, Figurino e trilha sonora pesquisados em criação coletiva.
Confecção de figurino – Marly Magalhães
Preparação Vocal – Poliana Alves
Coreografia – Daniela Reis
Remixagem de música – Fernando Prado
Acessória de Comunicação – Mariane Araújo
Acessória de Imprensa – Tiago Pimentel
Fotos – Lílian Paiva e Magrela

Elenco:
Adriana Moreira, Afonso Mansueto, Camila Tiago, Jhonatan Rios, Lucas Dilan, Marcella Prado, Nádia Yoshi, Priscilla Bello, Samuel Giacomelli, Alba Jacobina (Stand-in)