quinta-feira, 16 de julho de 2009

Acabamos de voltar de Araçuaí. Dois anos após a primeira visita fizemos a primeira apresentação do "Canoeiros da Alma" no Vale do Jequitinhonha. Foi bom rever aquela terra, aquele povo, e mostrar a eles, ou mesmo a uma pequena parte deles, aquilo que nos tocou e que transformamos em espetáculo.

Nossa próxima margem se fará mais próxima, aqui mesmo pela Bacia do Rio Paranaíba. Dia 18, faremos nossa primeira apresentação em Uberaba. Segue folder informativo:

quarta-feira, 8 de julho de 2009


Esse rio
que um dia correu livre, forte
mostrando caminhos, jeitos de ser impetuosidade e água.

Esse rio
que era tantos lados
o modo de ser amor e mágoa
futuro e espera, luz e palavra.

Agora pára, abrupto
como uma lembrança mal recordada
um jeito de não saber o que deu errado
(a vida erra?).

Torna-se bacia rasa, escura
iluminada pelos olhos que querem, perguntam
pelo quadro explícito do amor secreto
gaiola de prender vidas infinitas.

Rio que SE INTERROMPE!
sem toda essa palavra, tão grande:
finda, cansa, fica, e só.

E se um varal de esperanças se abre
é porque não se vive em poesia
sem ficar nu de vez em quando.

Só de vez em quando...
quando a lua brilha úmida
ou o ar desmente lendas
ou ainda quando iguais se encontram,
segurando malas, recordando saídas.

* Poema-regalo de Marsial Azevedo aos Canoeiros.