quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Pra acabar, olhe mais uma vez para esses corpos marginais



“...em movimento os corpos que muitos olhos olharam. O ano é já crepuscular no horizonte, abranda suas luzes, presenteia os poucos dias em regressiva conta, com amarelos, laranjas, violetas, nessas nuvens neon, nesses céus fogueira, nesse paraíso cerrado, a descer ladeira, pouco a pouco desbotando o dia, despontando a noite. Aos olhos a espera do novo, em movimento os corpos que muitos olhos olharão.”


E o Coletivo Teatro da Margem se despede de mais um profundo ano de trabalho que começou no embalo do processo de criação de nosso primeiro espetáculo de rua “A Saga no Sertão da FarinhaPodre” que logo no primeiro semestre estreou  e circulou pela região do triangulo levando nosso trem caipira para Uberaba, Ituiutaba, Patos de Minas, Iturama e finalmente Uberlândia. Foi o tempo de preparar as malas tomar um café e já estavamos dando partida no trem outra vez, desenhando um triângulo pela superfície do Brasil com seus trilhos passando por Araçuaí/MG, Campo Grande/MS, e Angra dos Reis + Ilha Grande / RJ. De volta a nossa terrinha, finalizaremos o ano na programação do festival Olhares Sobre o Corpo

E em 2011 o CTM também realizou apresentações dos espetáculos Objetos Sólidos e Elas num Tempo Irrompido, estreou o primeiro espetáculo do Núcleo 2 “As bordadeiras de Santiago”, estreou o espetáculo unipersonal de Narciso Telles “Memorial de Silêncios e Margaridas”, comemorou seu aniversário de 04 Anos com apresentações dos espetáculos, vídeos e festinha, realizou oficina e palestra de Viewpoints com Tanya Kane-Parry da Califórnia na UFU com apoio do Programa de Mestrado em Artes, reencontrou amigos que já fazem parte da nossa trajetória como o pessoal do Teatro de Operações e do Ícaros do Vale, conquistou novos amigos pelos caminhos percorridos, criou e apresentou uma nova performance “Território 122 –Trajetória dos Afetos” e agora aguardamos o fim de mais um ano com o marco desse Olhares, na espera de que o ano que se achega seja de muito trabalho, realizações, envolvimento, trocas e sobretudo muita ARTE!!!

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CTM no XV Encontro Nacional de Teatro de Rua de Angra dos Reis - Ilha Grande

O XV Encontro Nacional de Teatro de Rua de Angra dos Reis – 2011, realizado e organizado pelo Grupo Cutucurim, através do Prêmio Funarte - Festivais de Artes Cênicas - 2010, FUNARTE – Fundação Nacional de Artes - Ministério da Cultura, e com apoio da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, agitará Angra dos Reis do período de 11 à 15 de Novembro de 2011, na Vila do Abraão e outras comunidades da Ilha Grande.
www.encontrodeteatroderua.com

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Território 122



O lugar de habitarmos e de nos habitarmos pelas diversas regiões, lugares e espaços que nos habitam. A busca por inventar possibilidades de encontro aos territórios do corpo em relação com outros corpos. Um só corpo multifacetado. Territórios refratados, mutilados, (des)-estabilizadores das vias que trafegam por inícios e fins reconhecíveis a supostos meios relacionais [insistentes de que inícios e fins não existem, senão em padrões ficcionais de organização]. Onde indivíduos  e coletivo imprimem seus rastros esquadrinhando e adentrando por outras superfícies do urbano, do concreto, do real, material, reinventando e subvertendo a superfície. Numa convergência de sentidos do ser aberto em "SI" [Bemol] e que se transforma no ser fechado em "SI" [e em LA Sustenido] ou continuamente aberto a revelar territórios [partituras] de  aproximação dos afetos e desafetos em uma sucessão de percurso que converge no instante presente.

primeira aparição pública:
dia 09/11/2011 às 18h30 no
largo do RU Santa Monica
- UFU

sábado, 22 de outubro de 2011

Trailer do espetáculo "Objetos Sólidos"











Espasmos. Recolhermo-nos em nós mesmos numa tentativa de ir ao encontro do ser.
"Por vezes é estando fora de si que o ser experimenta consistências" (Bachelard).
Objetos Sólidos traduz a investigação do corpo movimento e suas reverberações espásmáticas ou não, nos possíveis ambientes em que possa acontecer.



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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Revolvendo a memória e ascendendo às consciências - texto crítico de Walter Lima Torres sobre "A Saga no Sertão da Farinha Podre"

*Crítica referênte à apresentação do espetáculo no V FESTCAMP - Festival Nacional de Teatro de Campo Grande

O Coletivo da Margem (CTM) de Uberlândia, liderado e dirigido por Narciso Telles, trouxe ao FESTCAMP a sua primeira incursão pelo universo do teatro de rua. Trata-se de um espetáculo arrojado que na sua forma faz apelo a matrizes populares da nossa cultura onde se mesclam a assimilação do importado e a cultura religiosa. As alusões ao popular estão desde os figurinos com suas cabeças-caveiras-de-boi até a malhação do Judas; o comportamento do bloco do sujo; o Trenzinho Caipira de Villa Lobos; etc.


Quanto à narrativa propriamente, o coletivo se atém ao fragmento, onde cada momento da ação cênica transcorre de maneira autônoma, entre as partes, num espaço específico dentro da Praça do Radio, no coração da cidade.

O ponto de partida do espetáculo é a apresentação de uma versão para peça de Sófocles, Antígona, anunciada pelo “bloco de sujo” com suas faces cobertas por máscaras de carnaval. O verdadeiro rosto do ator é revelado quando os mesmos retiram a mascara e se apresentam, informando seu nome e o personagem que irá representar ao tomar parte na adaptação da peça grega. E nesse exercício de revelação da própria identidade de cada integrante, e por que não dizer da revelação da precariedade desses improvisadores-fazedores de teatro, eles informam ainda os seus números de CPF. Essa atitude revela uma espécie de reivindicação ao fato de que o ato teatral também é um ato de cidadania, que combate a tirania e revela as desigualdades. E neste caso, brevemente, a tirania é representada por Creonte, o “ditador” que se opõem aos rituais de sepultamento para o corpo de Polinices realizados por Antígona. 

Logo depois será substituído por um outro tirano. A “Tia” traveca, imperialista e ariana, calçando coturnos e de chicote na mão, com visual Dzi-Croquete, que se põem a sufocar o arcaico, dando inicio ao seu circo pós-brega com direito a desfile de moças selecionadas onde o outro, o diferente, não tem lugar e é excluído.

Esta ação cênica inicial, realizada pelo Coletivo da Margem (CTM), a qual não deixa de traduzir um conflito, é só uma espécie de apresentação dos conflitos que se desdobrarão, sempre de forma alegórica incitando o transeunte desavisado a refletir sobre sua própria condição de oprimido pelas mais diversas manifestações de controle exercidas, sobretudo pelas “figuras utópicas que representam a cidade ideal”, como não deixa de afirmar a sinopse do espetáculo. 

O Coletivo da Margem (CTM) parece ter elaborado sua prévia pesquisa de campo, para realização do espetáculo, entorno dos problemas existenciais e dos conflitos sociais atinentes à própria cidade de Uberlândia, entretanto percebe-se que o “sertão da farinha podre”, e, sobretudo “a farinha podre”, pode estar por toda parte espraiada, por diversas cidades. E o pior é que nem sempre conseguimos enxergar essas violências perpetradas pela manifestação do poder e da ordem, e sem querer somos até coniventes na nossa alienação involuntária. Essas violências ganham formatos edulcorados, perucas louras, modos subliminares, para manifestarem ainda hoje com indelével desfaçatez a violência da exclusão. Sobretudo se pensarmos as relações sedimentadas pelo princípio do “homem cordial” enraizada nas nossas relações sociais. E nesse sentido, de forma alegórica o Coletivo da Margem (CTM) aborda o preconceito racial; a violência contra as mulheres; a tirania dos detentores do poder; a necessidade de criarmos santos e mitos, etc.

Grande parte do teatro realizado nos anos 1960 e 1970, no Brasil, esteve dedicada a manifestar o seu protesto contra um regime ditatorial, totalitário que havia suprimido as instancias de debate público e a liberdade de expressão do cidadão. Hoje as regras do jogo parecem ter mudado e respiramos ares democráticos, e o cidadão nunca teve tantos meios de expressão à sua mão. Porém em nossas cidades, em nosso país e pelo mundo afora persiste o conflito entre valores arcaicos e valores contemporâneos. Há um choque cultural permanente. Esse choque pode ser percebido ao dobrarmos a esquina de qualquer cidade brasileira, aonde vamos tropeçando nessas realidades, que apesar de suas mazelas estão repletas de memórias e poesia.

Essa memória e essa poesia é que nos foi sugerida pelo trabalho do Coletivo da Margem (CTM) que alude sem afirmar, que indica sem determinar, pois ao optar por imagens metafóricas convida o transeunte espectador a meditar sobre seu próprio comportamento e as relações numa sociedade contemporânea que se teatraliza, ela própria, mascarando as relações de poder e afetividade, para não citarmos outras esferas relacionais.

É emblemática a ação cênica numa das cenas finais, a da cantiga popular infantil sobre Terezinha de Jesus e seus três Cavalheiros. Ressignificando o sentido da canção, o Coletivo da Margem (CTM) chama atenção para violência silenciada pela moral e pelo peso do ambiente social. E ainda operando com o principio alegórico, os “Judas” de um “Sábado de Aleluia” que estão pendurados pelas árvores da Praça do Rádio, personificam, neste momento a “perdida” Terezinha. Trata-se da personificação de um princípio, o do feminino; a personificação de uma idéia, a idéia do Outro: que três vezes é violentado e ultrajado indo ao chão; a mulher que três vezes é castigada por Pai, Irmão e Marido; a voz que três vezes é silenciada, pela família e por aquele terceiro, a quem a Terezinha da cantiga não teve outra escolha senão também lhe dar a mão.

Walter Lima Torres
Crítico Teatral

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CTM no FESTCAMP

Nessa sexta-feira o Coletivo Teatro da Margem pega estrada novamente, desta vez em direção ao Mato Grosso do Sul, apresentar A Saga no Sertão da Farinha Podre no V FESTCAMP - Festival Nacional de Teatro de Campo Grande.

Confira abaixo o programa do festival:




terça-feira, 4 de outubro de 2011

I FESTA - FESTIVAL DE TEATRO DE RUA DE ARAÇUAÍ - ÍCAROS DO VALE Cia de teatro 15 anos



Essa semana o Coletivo Teatro da Margem retorna ao Vale do Jequitinhonha. Essa será a terceira viagem que o grupo faz à Araçuaí. A primeira foi em 2007 quando conhecemos o Vale na perspectiva da criação de nosso primeiro espetáculo, o "Canoeiros da Alma". Em 2009 voltamos, desta vez com a apresentação do espetáculo, cumprindo assim nosso desejo de apresentar o "Canoeiros" nas terras, e para as pessoas, de lá. Mas nossa ligação com o Vale não terminaria por aí, mais um ano ímpar e lá vamos nós novamente apresentar nosso primeiro espetáculo de rua no primeiro festival de rua de Araçuaí "A Saga no Sertão da Farinha Podre" no I FESTA. E também ministraremos uma oficina de Viewpoints na Rua. E que venha a estrada e que comece a FESTA!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A Cena é Pública - Coletivo Teatro de Operações

A Privatização da cena pública; o teatro da Democracia representativa, uma descaracterização da Cidadania Pela Associação da MESMA AO CONSUMO, AO DINHEIRO e à posse de Mercadorias; uma transferencia, Por Parte dos Consumidores, de Seu Poder Politico. Uma cena Opaco, AO discutir o Próprio teatro e SUAS Estruturas, si constitue nd Busca por hum distanciamento dos Grandes Protagonistas e dos Grandes palcos Políticos, hum Gesto Direção los como micro potencias desviantes. 'E Protesto, teatro OU ato Público? " (policial Serviço militar los AO SE deparar com UMA Operação) A Cena e Pública (Primeiro experimento do Coletivo Teatro de Operações) uti-SE de Elementos de circo, teatro, performance, dança, Artes Marciais e Técnicas de Ocupação do Espaço Urbano para, atraves de numeros Independentes e itinerantes (não Espaço Público / Espaços Não-Autorizados), dialogar com a Políticas Dimensões Históricas e do Espaço urbano e, tratar de Questões relacionadas AO cotidiano privatização da cena pública. O teatro da democracia representativa. A descaracterização da cidadania transformado por dinheiro consumir, e posse de bens. A perda do poder político dos cidadãos. teatrodeoperacoes.com

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

4 ANOS - CTM

Nesse mês de Setembro o Coletivo Teatro da Margem comemora seus 4 anos de vida e arte. Setembro nos rememora nossa primeira viagem ao Vale do Jequitinhonha, aquele que foi um importante passo para a formação do grupo, de onde surgiu o nome com o qual somos conhecidos, de onde nasceu o nosso primeiro espetáculo, o Canoeiros da Alma e daí pela frente mais algum chão percorrido até aqui.
Comemorar hoje, com esse número 4 que é base, que é força e solidez, que na numerologia carrega uma vibração de muito trabalho, de busca pelo que se deseja realizar, nos dará mais força para continuar a percorrer nosso caminho, engatinhando rumo ao desafio de nos mantermos sempre juntos e cada vez mais persistentes na nossa arte e em nossos ideais. Por isso desejamos que todos nossos amigos estejam junto com a gente nessa semana de celebração.



Segue abaixo a programação completa:



13/09

Exibição de Vídeo do Espetáculo Canoeiros da Alma (primeiro espetáculo do CTM) - 17h na Sala de Interpretação - Bloco 3m - UFU Santa Mônicas



14/09

Conversa sobre Teatro de Grupo com o CTM coordenação de Narciso Telles - 18h na Sala de Encenação - Bloco 3M - UFU



15/09

Vídeo do Espetáculo Elas num Tempo Irrompido - 18h na Sala de Interpretação



16/09
Espetáculo Objetos Sólidos - 18h na Tenda da DICULT - Bloco 3E (Projeto INterludios Cênicos Musicais)


FESTINHA DE 04 ANOS



Visualizar Rota para Rua Cleone Cairo Gomes 965 em um mapa maior


às 22h na Rua Cleone Cairo Gomes 965 (no ponto mais alto da Av Belarmino Cotta Pacheco)
Entrada: R$ 10,00 - com desconto para quem confirmar presença antecipadamente no Facebook
Com     D.Giaco - dando play pra começar
            Anti-DJ Lu de Laurentiz - bem ‘risco no disco’
            Djs Dionys Hills & Marinex - pop / funk / indie / rock / tudo de legal
            Dj André Luz - pop------------trash------glamour
            Tocador de Disco Getúlio Gois - brasileiro e cheio de Bananeira
+ Bar D.A. Oiticica + Barraquinhas de Comida + Outras Surpresinhas
Parceria: D.A. Oiticica + GOMA Cultura em Movimento


17/09
Espetáculo Memorial de Silêncios e Margaridas - 18h na Sala de Encenação - Bloco 3M - UFU


18/09
Espetáculo A Saga no Sertão da Farinha Podre - 17h na Praça Clarimundo Carneiro (Projeto PólisPhonica)








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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Memorial de Silêncio e Margaridas


Memorial de Silêncios e Margaridas, unipersonal de Narciso Telles, aciona como material de composição os escritos de Eduardo Galeano e narrativas de torturados e torturadores dos anos de chumbo no Brasil. O espetáculo reconstrói a memória social deste período histórico, evocando vozes e silêncios. (Narciso Telles)

Em um passado ainda recente, foram instaurados regimes ditatoriais de governo, em diversos países latinoamericanos, onde as vozes dissidentes eram caladas com muita dor, crueldade e sofrimento. A dramaturgia de Memorial de Silêncios e Margaridas é uma busca dos sentimentos humanos em meio a histórias de pessoas impedidas das coisas mais simples de seus cotidianos e, de outras tão importantes como amar e sonhar. Partimos de narrativas e silêncios das pessoas, das suas músicas, das leituras de Eduardo Galeano, de Frei Beto, de visitas ao Memorial da Resistência, no antigo prédio do DEOPS, e muitas outras investigações, na tentativa de desvelar algumas marcas dos sobreviventes, dos mutilados e queimados, mas também daqueles que estavam do outro lado, daqueles que tiveram prazer em produzir rostos sem traços, em arrancar jovens de suas casas para jogá-los depois em terrenos baldios, em sepulturas clandestinas ou até no mar. Procuramos apenas falar um pouco desses seres humanos, não no sentido da rememoração de suas dores, mas para que não esqueçamos nunca que algo aconteceu e de como poderia ter sido diferente!  (Luiz Leite)

Narciso me convidou para participar de um solo a três, para compartilhar as memórias desse processo e ser seu olhar distanciado, de fora, na medida do possível.  O processo de criação privilegiou diversas memórias: individuais e coletivas sobre um momento histórico recente que se prefere silenciar.  Pensou-se a cena como um memorial daquilo que não queremos que seja esquecido. Não porque queremos ficar presos ao passado, mas porque somente podemos esquecer aquilo que é lembrado e transformado, porque não queremos que esses atos se repitam. Meu foco foi privilegiar as associações que Narciso fazia com essas memórias que não foram vivenciadas por ele, mas que povoam nosso imaginário. Não quisemos representar a dor e o horror dessas experiências, mas criar um memorial para reflexão. (Mara Leal)

Duração:  40 min.

Ficha Técnica
Direção: Mara Leal
Atuação: Narciso Telles
Dramaturgia: Luiz Carlos Leite & Narciso Telles
Orientação vocal: Dirce Helena de Carvalho
Iluminação: Camila Barbosa Tiago
Figurinos: Mara Leal & Cátia Vianna
Sonoplastia: Cesar Lignelli & Narciso Telles
Cenografia: Emiliano Freitas
Adereços: Lucas Dilan
Operação de Luz e som: Coletivo Teatro da Margem
Costureira: Mao Minillo
Produção: Coletivo Teatro da Margem

Agradecimentos: Tiago Pimentel, Leon de Vasconcellos Telles da Silva, Vilma Campos Leite, Fernando Aleixo, Elisa Vilela, Alex Dorjó, Regina Aparecida Moraes, Coletivo Teatro da Margem, Laboratório de Interpretação/Encenação (LIE), Curso de Teatro/UFU, Tribo de Atuadores Oi Nóis Aqui Traveiz,Trupe de Truões, Associação de Teatro de Uberlândia (ATU), Instituto de Artes, Programa de Pós-Graduação em Artes, Universidade Federal de Uberlândia e a todos os novos e velhos parceiros que nos ajudaram neste processo.  

domingo, 14 de agosto de 2011

As Bordadeiras de Santiago




" Algumas tecelãs ao bordarem seus problemas descobrem que eles são feios.Nesse momento passam juntas a desvelar histórias e memórias da condição das mulheres latino-americanas .”
Espetáculo tecido a partir de contos e Eduardo Galeano


Em um tempo não muito distante, em um lugar chamado América Latina, alguns generais se acharam no direito de decidir quem deveria viver ou morrer! A ausência de um filho, irmão, amiga, professora, colega de sala ou qualquer outra pessoa amada, indicava a possibilidade de uma vida interrompida, de um futuro que não se realizaria, ou no mínimo seria diferente, carregando marcas de dor e sofrimento. Mas, também reclamar a quem se amava era proibido. Era uma vez...  Mães, esposas, filhas e irmãs  se  reuniam para falar de seu silêncio, de suas dores e, enganaram os tais generais, pois apesar de proibidas, bordavam  em simples sacos de estopas com linhas, papéis e flores essas dores e, revelaram ao mundo o que os portadores de medalhas banhadas em sangue não puderam entender.
A proposta do espetáculo As bordadeiras de Santiago é a de reunir três mulheres a bordarem suas histórias. A dor verdadeira, somente a essas bravas mulheres pertence de verdade!


Este projeto foi contemplado pelo Programa de bolsas de Iniciação Artística (DICULT/PROEX/UFU​) e está vinculado ao projeto de pesquisa: "Aprender a aprender: Os Viewpoints como procedimento de criação e jogo”.

Realização: Núcleo 2- Coletivo Teatro da Margem
Direção: Narciso Telles
Assistente de direção : Marcella Prado
Dramaturgia: Luis Leite

Elenco: Aline Jorge
Eluhara Resende
Thábatta Nayara

sábado, 13 de agosto de 2011

fragmentos de As bordadeiras de santiago...



...se falar disso era também crime e proibição, a dor pela espera da chegada de quem era muito aguardado não podia ser roubado, mesmo ao imaginar as dores e sofrimentos
incrustada na alma. Neste lugar, a fome é a companheira do meu povo. Sei muito bem o que é isso!
A mesma terra que nos oferece o alimento,enterra nossos mortos...enterrou meu pai..e enterrou também aquele que seria meu marido,a quem eu tanto amava..e tantos outros poetas e cantores.. O tempo da minha vida está se acabando e, com ele a esperança de ter um filho vindo do meu próprio ventre.
xxxxx é o meu nome e fiz votos de pobreza, castidade e obediência,.Mesmo assim sou mãe de muitos filhos...
Nessa saia trago as minhas historias e as histórias dos outros.Mas elas insistem em se misturar...
Eu acho que é porque quase todas elas também têm fome... e tem a guerra e a maldita revolução que já enterrou tanta gente...
Quando era criança e tinha fome, mamãe dizia para sentirmos o cheiro das flores, para cantarmos e ..cantávamos e cheirávamos as flores...ainda sinto fome..ainda sinto o cheiro das flores...
Acho que eu já não tenho mais medo da revolução..somente ódio! Não sei se essa lembrança é minha.
Me chamam de a mãe dos pobres e só queria que a terra me enterrasse lentamente..docemente..só queria que demorasse um pouco mais,que houvesse tempo de eu ver um dia,um só dia nessa vida em que não houvesse dor,que não houvesse fome e que as pessoas não morressem por cantar a vida!
Daí ela poderia me guardar para sempre!

Elhuara, Aline e Tábata:
Com amor a vocês, está ai o fragmento do que o Eduardo Galeano nos disse, do que o Narciso projetou, do que eu acredito e, principalmente do que nossas mulheres latinas viveram e VIVEM ! Sintam o cheiro das flores
Luiz Carlos Leite

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Viewpoints em BH


Entre os dias 28 e 31 de julho estive [eu, Samuel Giacomelli] em Belo Horizonte participando do Workshop Os Viewpoints ministrado por Miriam Rinaldi (SP), que é atriz, formada pela EAD, Mestre em Artes Cênicas CAC/ECA/USP, professora do curso de Artes do Corpo da PUC-SP, atuou por mais de 10 anos no Teatro da Vertigem, e atualmente tem se dedicado ao estudo da técnica de Viewpoints/ Composição.


O curso aconteceu no Teatro Espanca! e levantou questões relativas à composição e ao ‘estar em cena’, que permearam nossas práticas e discussões durante esses quatro dias nesse curso focado nos nove viewpoints físicos de Anne Bogart (velocidade, duração, resposta k., repetição, topografia, arquitetura, espaço relacional, gesto e forma). Cada encontro esteve dividido em 3 fases subseqüentes: aquecimento, raias e sessões de viewpoints livre [open viewpoints].


Além da prática, de poder conhecer novas perspectivas sobre os VPs e da possibilidade de refletir sobre, e reciclar, meu trabalho atoral, pude tomar contato com a Miriam fortalecendo uma ligação que já existia pelo diálogo com pessoas de São Paulo que trabalham com os Vps, como a Luah Guimarães, na perspectiva de criação de alguns encontros sobre os Vps, e a possível vinda de Anne Bogart para o Brasil. E por último, mas não menos importante pude retomar o contato com o Grupo Espanca!, rever os amigos já conhecidos, e conhecer os novos amigos, antes desconhecidos, conhecer o espaço do grupo e sua maneira de se organizar, rever o espetáculo Congresso Internacional do Medo em duas belíssimas apresentações no Galpão Cine Horto, e ainda ter o privilégio de ajudar na desmontagem [RS].


Pra Constar, uma boa nova foi saber que a próxima montagem do Espanca! será nada mais nada menos o Líquido Táctil de Daniel Veronese, texto que já faz parte da história do CTM – segue algumas fotos da leitura dramática que fizemos da obra:




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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ator negro é agredido por policiais em Festival de Teatro de Blumenau

E-mail de Narciso Telles ao Coletivo Teatro da Margem direto do Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau:

Marginais,
ontem um ator NEGRO que está participando do festival foi agredido por policias
militares com socos e coronhadas. A vários outros artistas BRANCOS que estavam
junto a agressão foi verbal. Hj fizemos uma manisfestação contra este ato de
violência, abuso de autoridade e racismo.
Penso que por conta deste episódio e outros que nosso trabalho teatral deve se
manter firme. A Saga [no Sertão da Farinha Podre] fala disto.
Fica aqui esta mensagem para que possamos seguir caminhando coletivamente juntos.

Bjs, Narciso

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Já que a internet é mais rápida que o gatilho de Jasse James, aqui vai mais comentários sobre o ocorrido:

Marcelle Louzada, via Facebook:


O belo Alexandre de Sena, artista-negro em um país da diversidade, agredido por policiais militares em Blumenau-SC, na estadia pela cidade para participar do Fitub Blumenau - Festival de Teatro. É triste demais ver a cena se repetindo durante todos esses séculos de dominação, exploração e mistificação. É realmente muito triste um país colorido como o Brasil ainda proceder com preconceito e violência. Muitas vaias a polícia militar de Blumenau!!!

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E mais informações, direto do Facebook de Alexandre de Senna, convocando os artistas presente no festival de Blumenau a participar de passeata para denunciar o ocorrido:


Ontem o artista Alexandre de Sena foi agredido por policiais em um posto de conveniência de Blumenau.
Alexandre é homem, ator, negro, dj, designer, gentil entre tantas outras coisas.
Ele está presente na cidade a convite do FITUB – Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, juntamente com a Associação No Ato Cultural, de Belo Horizonte. O Festival celebra o teatro e os bons encontros e faz isso com competência, inteligência, cores. Muitas cores. Somos artistas, somos agentes políticos, mobilizadores e formadores.
Dois policiais chegaram ao posto de conveniência, por volta de três e meia da madrugada, com a intenção de retirar as pessoas do local. Não havia baderna ou desordem. Barulho, talvez.
A maneira escolhida para dispersar o grupo foi agressiva. Uma pessoa não saiu. Estava aguardando amigos que saiam do posto de conveniência.
“Vaza, negão!”. Foi o que se ouviu. Ele não vazou e com a coragem e delicadeza dos valentes avisou que não sairia, aguardaria os amigos e que essas não são as formas certas de abordagem.
Seguiram-se socos, pontapés e coronhadas de escopeta em apenas uma pessoa.
Coronhadas de escopeta. Já viu uma escopeta? É uma arma que paralisa, mata e pelo visto, servem também para coronhadas em jovens na madrugada.
Enquanto alguns questionaram incisivamente os policiais, apenas um, justamente o que não que não questionou, apenas exerceu seu direito de ficar onde está, saiu com marcas pelo corpo. O que o diferenciava dos outros?
Junte isso a um “vaza negão” e o que se tem?
RACISMO.
Se antes o barulho era um talvez, agora o barulho é uma certeza.
Não se bate em negros, ruivos, latino-americanos, argentinos, bolivianos, chilenos, japoneses, mulheres, alemães, gays, crianças, cachorros, em ninguém.
Não se deixa marcas pelos corpos ou se dilacera almas.
O barulho é nosso. As cores são nossas.
Dezenas de pessoas viram. Pessoas de Blumenau, de Minas Gerais, da Argentina e de outros locais.
Quinta – feira, dia 14 de Julho, vamos do Teatro Carlos Gomes até o IML juntos.
Quando se agride uma pessoa, nos sentimos todos agredidos. Iremos todos juntos, fazer exame de corpo de delito. Nossas marcas, ao contrário das de Alexandre, não são aparentes. Mas estamos todos feridos.
14 de Julho, quinta-feira, 09:30 da manhã, do Teatro Carlos Gomes ao IML

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“AQUI NÃO É O SEU LUGAR! vaza negão!” ¿fala do espetáculo A Saga no Sertão da Farinha Podre? Não! De um policial militar na madrugada do dia 13 de julho em Blumenau.

Relato pormenorizado de Alexandre de Sena sobre o ocorrido!http://picumah.blogspot.com/20​11/07/o-que-nao-vaza-e-pele.ht​ml

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Teaser "Elas Num Tempo Irrompido"

Vídeo-teaser maravilha da peça das 'meninas' do Coletivo Teatro da Margem. Postado aqui, para matar a saudade de quem viu ou aguçar a curiosidade de quem quer ainda ver. Aceitamos convites para apresentações. hahahaha.


Um triângulo. Três cadeiras. Quatro atrizes.

A tentativa é dar 'corpo' à força, desejo e angústia de mulheres, partindo da vida de artistas que marcaram o início do século XX, em junção às atrizes que compõe a peça.

Imersas em seus anseios e vidas alheias de outrora, elas constroem uma cena intimista, sutil e sensível, levando o espectador a presenciar emoções vivenciadas por Elas - criadoras de suas vidas e executoras de suas mortes.

Elas Num Tempo Irrompido

Direção: Camila Tiago

Elenco:
Nádia Yoshi
Priscilla Bello
Marina Ferreira
Marcella Prado

Iluminação:
Camila Grimaldi


Cenário
Concepção e execução:
Lucas Dilan
Samuel Giacomelli


Figurinos
Concepção:
Samuel Giacomelli
Execução:
Marly Magalhães


Vídeo/Edição:
F. Citton


Duração: 45 min.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Saga em Uberaba

Este é o primeiro video sobre a circulação do espetáculo "A Saga no Sertão da Farinha Podre" pelo triângulo mineiro. Este é o primeiro espetáculo de rua do Coletivo Teatro da Margem.
A primeira cidade da circulação foi Uberaba, onde estreamos o espetáculo.
A circulação ainda contará com apresentações em Ituiutaba, Patos de Minas, Iturama e Uberlândia, e no segundo semestre circularemos pela periferia de Uberlândia dentro do projeto "Encontros Periféricos" promovido pelo Coletivo GOMA e a CUFA Uberlândia.

terça-feira, 17 de maio de 2011

"A Saga no Sertão da Farinha Podre" estreia essa semana

O novo espetáculo do Coletivo Teatro da Margem A Saga no Sertão da Farinha Podre estreia esse fim de semana em Uberaba, na praça São Judas Tadeu às 17h, dando início à circulação do espetáculo por algumas cidades do Triângulo Mineiro - passaremos também por Iturama, Ituiutaba, Patos de Minas, Araguari e Uberlândia, sendo que nessa última (nossa "cidade natal") faremos uma apresentação central e em seguida seguiremos circulando pela periferia dentro da programação do projeto Encontros Periféricos realizado em parceria com o GOMA e a CUFA.





Confira os locais e horários das apresentações no nosso Blog

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