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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Viewpoints em BH


Entre os dias 28 e 31 de julho estive [eu, Samuel Giacomelli] em Belo Horizonte participando do Workshop Os Viewpoints ministrado por Miriam Rinaldi (SP), que é atriz, formada pela EAD, Mestre em Artes Cênicas CAC/ECA/USP, professora do curso de Artes do Corpo da PUC-SP, atuou por mais de 10 anos no Teatro da Vertigem, e atualmente tem se dedicado ao estudo da técnica de Viewpoints/ Composição.


O curso aconteceu no Teatro Espanca! e levantou questões relativas à composição e ao ‘estar em cena’, que permearam nossas práticas e discussões durante esses quatro dias nesse curso focado nos nove viewpoints físicos de Anne Bogart (velocidade, duração, resposta k., repetição, topografia, arquitetura, espaço relacional, gesto e forma). Cada encontro esteve dividido em 3 fases subseqüentes: aquecimento, raias e sessões de viewpoints livre [open viewpoints].


Além da prática, de poder conhecer novas perspectivas sobre os VPs e da possibilidade de refletir sobre, e reciclar, meu trabalho atoral, pude tomar contato com a Miriam fortalecendo uma ligação que já existia pelo diálogo com pessoas de São Paulo que trabalham com os Vps, como a Luah Guimarães, na perspectiva de criação de alguns encontros sobre os Vps, e a possível vinda de Anne Bogart para o Brasil. E por último, mas não menos importante pude retomar o contato com o Grupo Espanca!, rever os amigos já conhecidos, e conhecer os novos amigos, antes desconhecidos, conhecer o espaço do grupo e sua maneira de se organizar, rever o espetáculo Congresso Internacional do Medo em duas belíssimas apresentações no Galpão Cine Horto, e ainda ter o privilégio de ajudar na desmontagem [RS].


Pra Constar, uma boa nova foi saber que a próxima montagem do Espanca! será nada mais nada menos o Líquido Táctil de Daniel Veronese, texto que já faz parte da história do CTM – segue algumas fotos da leitura dramática que fizemos da obra:




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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ator negro é agredido por policiais em Festival de Teatro de Blumenau

E-mail de Narciso Telles ao Coletivo Teatro da Margem direto do Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau:

Marginais,
ontem um ator NEGRO que está participando do festival foi agredido por policias
militares com socos e coronhadas. A vários outros artistas BRANCOS que estavam
junto a agressão foi verbal. Hj fizemos uma manisfestação contra este ato de
violência, abuso de autoridade e racismo.
Penso que por conta deste episódio e outros que nosso trabalho teatral deve se
manter firme. A Saga [no Sertão da Farinha Podre] fala disto.
Fica aqui esta mensagem para que possamos seguir caminhando coletivamente juntos.

Bjs, Narciso

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Já que a internet é mais rápida que o gatilho de Jasse James, aqui vai mais comentários sobre o ocorrido:

Marcelle Louzada, via Facebook:


O belo Alexandre de Sena, artista-negro em um país da diversidade, agredido por policiais militares em Blumenau-SC, na estadia pela cidade para participar do Fitub Blumenau - Festival de Teatro. É triste demais ver a cena se repetindo durante todos esses séculos de dominação, exploração e mistificação. É realmente muito triste um país colorido como o Brasil ainda proceder com preconceito e violência. Muitas vaias a polícia militar de Blumenau!!!

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E mais informações, direto do Facebook de Alexandre de Senna, convocando os artistas presente no festival de Blumenau a participar de passeata para denunciar o ocorrido:


Ontem o artista Alexandre de Sena foi agredido por policiais em um posto de conveniência de Blumenau.
Alexandre é homem, ator, negro, dj, designer, gentil entre tantas outras coisas.
Ele está presente na cidade a convite do FITUB – Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau, juntamente com a Associação No Ato Cultural, de Belo Horizonte. O Festival celebra o teatro e os bons encontros e faz isso com competência, inteligência, cores. Muitas cores. Somos artistas, somos agentes políticos, mobilizadores e formadores.
Dois policiais chegaram ao posto de conveniência, por volta de três e meia da madrugada, com a intenção de retirar as pessoas do local. Não havia baderna ou desordem. Barulho, talvez.
A maneira escolhida para dispersar o grupo foi agressiva. Uma pessoa não saiu. Estava aguardando amigos que saiam do posto de conveniência.
“Vaza, negão!”. Foi o que se ouviu. Ele não vazou e com a coragem e delicadeza dos valentes avisou que não sairia, aguardaria os amigos e que essas não são as formas certas de abordagem.
Seguiram-se socos, pontapés e coronhadas de escopeta em apenas uma pessoa.
Coronhadas de escopeta. Já viu uma escopeta? É uma arma que paralisa, mata e pelo visto, servem também para coronhadas em jovens na madrugada.
Enquanto alguns questionaram incisivamente os policiais, apenas um, justamente o que não que não questionou, apenas exerceu seu direito de ficar onde está, saiu com marcas pelo corpo. O que o diferenciava dos outros?
Junte isso a um “vaza negão” e o que se tem?
RACISMO.
Se antes o barulho era um talvez, agora o barulho é uma certeza.
Não se bate em negros, ruivos, latino-americanos, argentinos, bolivianos, chilenos, japoneses, mulheres, alemães, gays, crianças, cachorros, em ninguém.
Não se deixa marcas pelos corpos ou se dilacera almas.
O barulho é nosso. As cores são nossas.
Dezenas de pessoas viram. Pessoas de Blumenau, de Minas Gerais, da Argentina e de outros locais.
Quinta – feira, dia 14 de Julho, vamos do Teatro Carlos Gomes até o IML juntos.
Quando se agride uma pessoa, nos sentimos todos agredidos. Iremos todos juntos, fazer exame de corpo de delito. Nossas marcas, ao contrário das de Alexandre, não são aparentes. Mas estamos todos feridos.
14 de Julho, quinta-feira, 09:30 da manhã, do Teatro Carlos Gomes ao IML

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“AQUI NÃO É O SEU LUGAR! vaza negão!” ¿fala do espetáculo A Saga no Sertão da Farinha Podre? Não! De um policial militar na madrugada do dia 13 de julho em Blumenau.

Relato pormenorizado de Alexandre de Sena sobre o ocorrido!http://picumah.blogspot.com/20​11/07/o-que-nao-vaza-e-pele.ht​ml